Eixo família e seus elementos

 Jovem Família Empresária
Quando pequeno Alair vivia num sitio com seus pais e mais sete irmãos. Alair queria estudar na cidade, sabia que a vida na roça não era sua sina, sonhava em trocar a enxada pelo comercio. Aos 17 anos, conseguiu convencer o pai e recebeu a tão esperada permissão para trabalhar e estudar em Uberlândia. Iria morar com os tios, e trabalhar no armazém que era de propriedade deles. Alair entrou na escola da cidade já na segunda série, mas nunca chegou a completar o ensino fundamental. Em certa ocasião a tia de Alair adoeceu e o marido teve que levá-la para Sorocaba, interior de SP, deixando Alair tomando conta sozinho do armazém, na volta do casal verificaram que o estabelecimento estava melhor do que antes de sua partida, assim a tia se posicionou a favor do sobrinho para que ele ficasse na cidade. O pai de Alair não só se convenceu da competência do filho como também resolveu mudar com toda família para Uberlândia e financiar o empreendimento para o filho. O dinheiro veio da venda do sitio e de um pequeno caminhão, tudo que a família possuía. Já no primeiro ano Alair pagou a dívida com o pai, e ainda sobrou dinheiro para reinvestir. No armazém de secos e molhados trabalhava toda a família, o pai, a mãe, Alair e os irmãos. Em 1953, o nome do estabelecimento era “Borges Martins” com 110m2, Alair na administração e o pai fazia a recepção dos clientes (trovador).
Em 1966 passaram para o atacado exclusivo. Alair admitiu os manos mais novos, Hélio e Celson, na empresa.
Logo depois, casou-se com Wanda, tiveram três filhos: Renato, Juscelino e Martinzinho, que foram criados dentro da Martins, dos quais apenas um tem negocio próprio os outros dois estão colocados estrategicamente dentro da empresa
O maior desafio nessa fase foi educar os filhos, que foram criados dentro do armazém da família, para que crescessem como homens de bem.
 Entrada na empresa
A década de 90 começa com uma reestruturação do corpo administrativo da empresa, com uma nova geração passando a compor a administração do grupo Martins, representada pelos filhos de Alair Martins: Juscelino iniciou suas atividades na área de informática da empresa
Em 2000 o filho Juscelino, já tinha ido aos Estados Unidos, estudar em Harvard, em um curso exclusivo para donos de empresa, tentou implementar as coisas que havia aprendido, mas o pai não gostou e tirou Juscelino da gestão e teve que tomar novamente o poder central. Este fato fez com que Alair desistisse de passar o bastão para seu filho, deixando Juscelino apenas no conselho.
(Alair Martins) “Quando comecei a preparar a sucessão, indiquei meu filho Juscelino. Mas, ao assumir ele se sobrecarregou. Ficou tão afobado e inquieto que falava aos soluços. Achei que fosse adoecer. Por isso, contratei pessoas do mercado para profissionalizar a empresa. Não sobrou ninguém da família na direção.”
O desafio dessa fase se caracterizou pela dificuldade que o fundador teve em aceitar que nem todos os filhos quiseram seguir trabalhando na empresa da família.
 Trabalho conjunto
Hoje, dois de seus três filhos administram o Grupo Martins, demonstrando o mesmo traquejo para os negócios. Alair e o filho Juscelino têm um trato: o pai pode dar todas as orientações que quiser ao filho, mas nunca deve interferir diretamente no trabalho da equipe para não criar problemas de dupla autoridade na empresa. Coisa de gente consciente.
(Alair Martins) “Tenho uma relação mais próxima na criação de meus netos do que a que tive com meus filhos. Naquela época, passei dez anos sem tirar férias e trabalhava 16 horas por dia. Há dois anos, toda terça-feira reúno os nove netos em casa para jantarmos e eu contar minha história. Não marco nenhuma reunião ou compromisso neste momento do dia. Eles são a prova de que a nova geração está crescendo muito antenada com o mundo.”
Nesta fase em que se encontram hoje, três gerações da família estão ligadas à empresa, pois o fundador já tenta influenciar os netos para o futuro da empresarial.

 Passagem do bastão
Sabe que a companhia está profissionalizada e que não exige mais a presença diária dele por lá. "Mas me dá prazer", argumenta. O que mais gosta é transmitir sua experiência, principalmente de valorizar as pessoas e o trabalho em equipe. Mesmo aos 74 anos, ele não tem nenhum plano de deixar a empresa. "Só saio quando parar de raciocinar e eu tenho humildade o suficiente para reconhecer quando isso estiver acontecendo", admite. No máximo, a previsão é diminuir o ritmo, mas a meta principal é ficar na companhia até os 90 anos. Mas qual o desafio para a companhia que possui quase 6 mil funcionários, comercializa 16 mil itens, tem 1,17 mil veículos e 4,85 mil representantes comerciais? Para o Sr. Martins é aumentar ainda mais o serviço que presta para o país, assim como perpetuar a empresa, mesmo sem a sua presença.
Até hoje a família encontra-se no estagio de trabalho em conjunto, visto que Alair ainda não definiu um sucessor.  O maior desafio do fundador hoje é conseguir ficar longe da empresa.

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